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IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL

O Reino de Deus: Quando e Como Virá?

O que o Reino de Deus nos ensina sobre a realidade desse reino

O que a Bíblia fala sobre o Reino de Deus

“20. Indagado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: — O Reino de Deus não vem com visível aparência. 21. Nem dirão: “Ele está aqui!” Ou: “Lá está ele!” Porque o Reino de Deus está entre vocês.

(Lucas 17.20-21).

Rev. Leontino Farias dos Santos
Pastor da IPI de Vila Yara, em Osasco, SP, e professor da Faculdade de Teologia da IPI do Brasil (FATIPI)

Um dos temas fundamentais dos evangelhos, e que tem servido como referência para a ética cristã, é a mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus. Aliás, a ideia de Reino de Deus está presente em toda a Bíblia, embora não de maneira explícita, como nos evangelhos sinóticos. De alguma forma, isto mostra que o Reino de Javé não se restringia a Israel, mas a toda a terra. Os profetas predisseram que todas as nações reconheceriam a soberania de Deus (Sl 145.130).

Vale considerar que não há no Antigo Testamento a terminologia “Reino de Deus”. Contudo, a ideia de “Reino de Deus” aparece em todo o seu conteúdo até desembocar objetivamente no Novo Testamento. O equivalente a “Reino de Deus”, no Antigo Testamento, é “Reino de Javé” (1Cr 28.5; 2Cr 13.8 – “meu reino”, “vosso reino” = “de Deus”, em 1Cr 17.14, 1Cr 29.23, 2Cr 9.8).

No Novo Testamento, há expectativas do reino que aparecem entre os fariseus, que esperavam um Messias-mestre, que viria explicar os pontos obscuros da Lei. Por outro lado, os essênios acreditavam num messianismo de tipo sacerdotal, acima do tipo político.

Muita gente, no tempo de Jesus, acreditava na vinda de um Messias político, “o filho sucessor de Davi, capaz de resgatar a estrutura política do passado de Israel, humilhando os demais povos e submetendo, inclusive, o estado romano. O Messias seria o guardião da Lei (Jo 4.25), o juiz que purificaria o povo e inauguraria a época em que não existiriam pobres e oprimidos. Graças a esse tipo de Messias, ocorreria o fim do pecado, das injustiças e da desgraça.

Na pregação de Jesus sobre o Reino, porém, fica claro que se trata de algo extremamente urgente, pois sua consumação está próxima; que em seu Reino só é possível entrar através da fé e do arrependimento.

Em síntese, para Jesus, o Reino é totalmente dependente da vontade de Deus; é um dom de Deus. Não se confunde com nenhuma instituição humana nem sua mensagem com nenhum sistema político-ideológico ou com algum lugar deste mundo. Logo, “não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17.2–21).

Esse Reino é o possível, previsto, desejado, sonhado, mas ainda não realizado.

Aplicando a mensagem do Reino de Deus à vida que levamos neste mundo, esse Reino é passado, presente e futuro. Não podemos negar que ele já veio (nos atos de Jesus); um evento que está vindo através do ministério do Espírito Santo na vida da igreja, manifesto em eventos extraordinários que nem sempre sabemos interpretar: o fenômeno do Pentecostes; a Reforma Religiosa do século XVI; avivamentos especiais na vida da igreja no mundo; reconciliação dos crentes; conversão de pecadores; conversão e santificação do povo de Deus; pesquisas e descobertas científicas que têm abençoado a humanidade, entre outros.

Mas, certamente esse Reino virá plenamente quando:
• os sofrimentos desaparecerem (Mt 11.5);
• não houver mais luto (Mt 2.29);
• a morte for vencida (Lc 20.36);
• os mortos ressuscitarem (Lc 11.5);
• os últimos se tornarem os primeiros (Mc 10.31);
• os pequenos se tornarem grandes (Mt 18.4);
• os humildes se tornarem os mestres (Mt 5.5);
• os oprimidos forem libertos (Lc 4.18);
• os eleitos dispersos forem reunidos (Lc 13.27);
• e os filhos de Deus se encontrarem na Casa do Pai (Lc.15-19).

Sirva para nossa reflexão, de maneira permanente, a certeza de que o Reino de Deus é sempre algo a construir-se, a ser semeado e a crescer, conforme nos ensinam as parábolas do Reino (Mt 13), como um evento que se realiza no tempo de Deus e nem sempre no tempo dos seres humanos. Um Reino peregrino em marcha difícil para a sua plenitude, quando ele se manifestará em todo o seu esplendor, consumando-se no grande banquete escatológico dos filhos de Deus!

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