Há muito sofrimento em nosso planeta. Há medos. Há incertezas. Há mortos. Há ameaça à vida. Há perdas econômicas. Há lutas internas. Estamos em isolamento social. Estamos afastados fisicamente dos nossos lugares especialmente reservados para adoração. Mas, necessariamente, não precisamos estar afastados de Deus, nem do seu povo, nem do culto, nem da igreja.
Através da tecnologia, a igreja pode se reunir online e congregar os seus membros espalhados pela face da terra. A igreja pode cultuar a Deus, ser edificada pela Proclamação da Palavra e, também, pode celebrar o Sacramento da Eucaristia, da Ceia do Senhor.
Nestes tempos de provação e luta, não podemos tirar do povo de Deus a bênção (presente de Deus) e o meio de graça, que está contido na celebração do Sacramento da Eucaristia. Para isso, temos de repensar os cultos e as liturgias da nossa igreja, temos que reajustar as nossas práticas, no que for possível, sem, todavia, perder as nossas raízes reformadas. Em tempos de crise, o que nos mantêm em pé são exatamente as nossas raízes.
Muitas coisas, certamente, serão diferentes e não estão previstas nos nossos manuais e ofícios para o Culto a Deus. Mas devemos confiar que o Espírito Santo fará o que nós não podemos fazer ou até mesmo temos dúvida de que possa ser feito. É tempo de chamamento para crer e deixar que o Espírito Santo faça muito mais do que até aqui conseguimos pensar ou que jamais imaginaremos.
Em tempos de exceção, nós precisamos, antes de tudo, da bênção de Deus. Se estamos reunidos, como igreja, como povo de Deus, a distância geográfica entre nós conta pouco em tempos assim. O que tem sentido maior é que estamos reunidos em nome do Senhor da Igreja, que somos Corpo de Cristo, que, mesmo à distância, a Trindade Santa está em nosso meio.
Na nossa família reformada, doutrinariamente é possível que a Celebração da Ceia do Senhor ocorra online sob a direção do(a) pastor(a). O(A) pastor(a) reúne a sua igreja, mesmo online, e, na hora apropriada da liturgia do culto, segue as recomendações normais da celebração da Ceia. Neste sentido, a congregação, o povo de Deus, estará reunido como um todo, apenas separado geograficamente.
Oferecemos, em anexo, três textos que nos orientam sobre a nossa doutrina reformada da Ceia do Senhor, do ministério ordenado e do sacerdócio universal de todos os crentes. Não deixe de lê-los e estudá-los, pois neles há riquíssima teologia reformada, dados históricos valiosos e excelentes orientações.
Para este momento, de forma resumida, preparamos este singelo modelo simplificado de liturgia. É, basicamente, o que já fazemos presencialmente, apenas com adaptações para o momento que vivemos, para nos inspirar no momento da celebração da Ceia do Senhor.
Orientações para o povo de Deus, antes do culto online:
1. Preparar, antes do culto, os elementos da Ceia: pão, vinho ou suco de uva, para o número de pessoas que vão participar. Colocá-los em recipientes que dignifiquem a celebração. Tratar o momento da Ceia com respeito. Valorizar a celebração. Se possível, decorar o ambiente, pois vai se celebrar a Ceia do Senhor.
2. À mesa, como de costume, também, deverá estar posta no templo, ou onde o(a) pastor(a) estiver, com a mesma orientação do item 1, para o momento da celebração. O(A) pastor(a) deve estar acompanhado de, pelo menos um(a) presbítero(a) regente, mantendo a distância segura recomendada pelas autoridades de saúde. As vestimentas dos celebrantes, também, devem ser condizentes com o momento solene da Ceia.
3. Quando o(a) pastor(a) erguer o pão e o vinho, durante a celebração, o mesmo ato deve ser feito, por quem for distribuir – pai, mãe ou quem for membro professo – os elementos da Ceia no lar. Se você estiver sozinho(a), faça o mesmo ato. Erguendo e dedicando a Deus aquilo que veio dele mesmo.
4. Quando a celebração da Ceia do Senhor for encerrada, deve-se orar a Oração do Pai Nosso. Como não é recomendável orar de mãos dadas, como gesto, sugerimos que se coloque a mão direita no peito, ao lado do coração.
DPO – Responsável pelos dados
Wellington Camargo